Seja Líder – (5) Definindo Liderança
Lembro que na minha infância, especificamente a partir dos 12 anos, em muitas brincadeiras com meus amigos da época, futebol, pega-ladrão, enfim, jogos coletivos, haviam aqueles garotos que se destacavam por conduzir e sugerir a forma e as regras a serem seguidas e invariavelmente eram representadas pelos garotos mais fortes, tanto pela idade como pelo porte físico.
As brincadeiras fluíam passivamente até que se tornavam repetitivas e monótonas por falta de inovações e desafios para a garotada sedenta de provações.
Começava ai a disputa pela liderança do grupo. Para a maioria, deixar o grupo era o mais comum, pois não tinham como disputar o comando com os garotos mais fortes e os descontentes formavam novos grupos e novas brincadeiras.
Não era raro, estes mesmos grupos quando na presença dos pais comportarem-se de forma diferente em relação à liderança, pois a imposição dos garotos dominantes eram substituídas pela presença dos adultos mesmo que estes não percebessem o que acontecia, e involuntariamente dando respaldo aos líderes naturais, mas assim que os adultos se afastavam as relações mudavam novamente de posição.
O emprego da palavra liderança é constantemente confundida com comando ou chefia, os grupos hierarquicamente organizados podem ser comandados pelo poder assim como pela autoridade.
A Wikipédia define liderança como sendo a habilidade de motivar e influenciar pessoas para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para o bem comum. Em todos os casos de coordenação de grupos o comando é necessário e divide-se em 3 (três) modalidades:
Exemplo clássico de poder, o comandante centraliza a autoridade e as decisões, e os subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. Nesta modalidade o comandante assume as características de dominador exigindo obediência cega.
As consequências deste comando é um comandante temido pelo grupo que só produz quando ele está presente e os comandados apresentam evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. Não muito raro, os comandados revoltam-se contra o comandante.
Este comando normalmente é reflexo de atitudes de autopreservação exagerada onde o líder isola-se do grupo e perde a confiança em delegar ou atribuir tarefas.
O comandante atua como um facilitador orientando o grupo, ajudando-o na definição e solução de problemas e sugerindo ideias.
A interação com os comandados, incentiva participação e preocupa-se com o desenvolvimento de todos.
Como resultado, os comandados apresentam melhor qualidade de resultados, acompanhadas de um clima de satisfação, integração, responsabilidade e comprometimento.
O comandante permite total liberdade para a tomada de decisões individuais ou em grupo, participando apenas quando solicitado.
Com enfase somente no grupo, incentiva comportamento evasivo e sem firmeza produzindo deficiências quanto a quantidade e qualidade do trabalho.
O grupo apresenta individualismo, desagregação e insatisfação, gerando agressividade e pouco respeito ao comandante. Frequentemente provoca disputa pela função de comando.
O estudo destas modalidades de comandos define a diferença entre comando e liderança embora ambos possa ser praticados independentemente.
O comando não te leva a liderança, mas esta te conduz ao comando.