Crenças – (7) – Precisamos de Deus?

Considerando as possibilidades de um universo infinito ou não, vamos imaginar a terra nesta imensidão e nos afastar dela uns mil trilhões de quilômetros. A terra seria um átomo no infinito.

  Com certeza, existem incontáveis sistemas solares com vidas senciente, inteligência, suas próprias religiões e suas crenças, com tecnologias mais ou menos evoluídas que as nossas e possivelmente com seus próprios Deuses que também acreditam serem únicos na existência.

  Sabemos que para qualquer situação que propusermos, sempre existira uma explicação divina, pelo determinismo ou pela simples falta de resposta aceitável. Se algo um dia acontecer, foi porque Deus planejou, se aconteceu foi porque Deus providenciou.

  Em qualquer destas hipóteses, teremos uma providencia divina para nos salvar da extinção, ou seremos merecedores do castigo?

  Por mais fé que tenhamos, ela não será suficiente para entender que um ser divino onisciência, onipotente e onipresente consiga administrar todos os acontecimentos simultâneos do universo infinito.

  Assim, acredito que a fé na existência de Deus, seja a consciência de que somos eternamente incompletos como seres humanos, e buscamos desesperadamente mais conhecimento.

  Entretanto, não podemos aceitar que esta fé nos aprisione e nos tire a liberdade de evoluir individualmente sem interferência divina, cometendo nosso erros e acertos, muito menos aceitar que seja usada como forma de influenciar comportamentos que não seja a busca pela libertação da fé.

  Sabemos que a existência do nosso planeta está ligada à existência do Sol. Em alguns bilhões de anos quando o sol exaurir seu combustível nuclear, ele crescerá e se tornara gigante e consequentemente implodirá, mas muito antes disso, já terá engolido o sistema solar e nosso planeta estará condenado.

  Até que isto aconteça, ficamos à mercê de situações de extermínio contra as quais teríamos algumas chances de impedir: os Meteoros, o clima planetário e as ocorrências biológicas.

  Precisamos incluir nestas possibilidades o castigo divino, ou a ele será atribuído ao que acontecer primeiro?

Extinção por corpos celestes

  Considerado pela Nasa como um dos maiores asteroides já observados, o pedregulho 2002 PZ39, descoberto em 2002, passou “perto” da Terra na distância de 5,7 milhões de quilômetros 15 vezes a distância entre a terra e a lua. Na quarta-feira (12) de Fevereiro de 2020, por exemplo, o 2020CK1, com 27 metros de diâmetro, estará a pouco mais de 3 milhões de quilômetros do nosso planeta.

  A Nasa classificou o asteroide Bennu com seus 500 metros de diâmetro como “potencialmente perigoso”, e existe uma chance real dele colidir com a Terra.

  Mas ela é apenas uma em 2,7 mil possibilidades que existem hoje. Ainda assim, se o Bennu nos atingir, seria entre os anos de 2175 e 2196.

  Há pouco tempo, 3(três) asteroides colidiram com Júpiter, nosso protetor gravitacional, e cada um deles destruiria facilmente a Terra.

  Em 2004 descobrimos o meteoro Apophis, Deus do Caos, com pouco mais de 370m que passou a cerca de 17 milhões de quilômetros da terra no dia 5 de Março de 2021, sua orbita cruzará novamente com a terra em 2029, 2036 e 2068. Em 2029 chegara a 132 mil quilômetros da superfície da terra, passará entre a terra e a lua a 125000km/h podendo destruir muitos satélites artificiais que ficam em nossa orbita. Estudos estão sendo realizados para calcular corretamente sua orbita e as possibilidades de colisão com a terra ou a lua, pois qualquer das hipóteses seria desastroso.

  Contra estas ameaças não há contramedidas eficientes, apenas especulativas, mesmo assim não visualizo esforços reais para impedi-las e são medidas puramente científicas e tecnológicas.

Extinção pelo desastre ecológico

  Enquanto isso, estamos destruindo a nave que nos transporta pelo universo, despejando toneladas de lixo tóxico na atmosfera, poluindo rios e mares com lixo orgânico e rejeitos industrias, sem contar com os plásticos descartados que precisam de seculos para deteriorar.

  As geleiras estão derretendo, os mares estão subindo, a água potável contaminando e o clima mudando drasticamente no planeta.

  Tornado no Paraná, chuvas torrenciais alagam o sul/sudeste, frios alarmantes na América do Norte e Europa. Todas estas mudanças climáticas, propiciam a propagação de epidemias e doenças que antes eram predominantes em seus países de origem, assim como afeta diretamente a produção de alimentos.

  Em 2018 estatísticas apontam 7 milhões de mortes provocadas pela poluição do ar causando um prejuízo de U$5,71 trilhões com saúde.

  O crescimento da população mundial exigirá um crescimento proporcional de produção de alimentos em contrapartida com a áreas ocupadas pelas novas comunidades.

Extinção biológica

  Não estávamos prontos para as ocorrências biológicas a exemplo do COVID-19, menos mortal que outras epidemias que tivemos, mas de grande efeitos psicológicos, pois nos deparamos com algo fora do nosso controle e contra o qual ainda não temos defesas. Há possibilidades da extinção biologia ser fruto de manipulação genética bélica intencional ou por descuidos em laboratórios ou pela natureza.

  A humanidade entretanto, tem tempo e condições para se proteger destas mazelas, com atitudes de preservação do ambiente, revisão de suas metas, principalmente, se todos lembrarem que são apenas humanos em vez de povos e raças, ricos e pobres, dominantes e dominados.

  Quando nos deparamos com debates sobre Deus, é comum a utilização do conceito do livre arbítrio, ou seja, Ele nos deu o direito de escolher. Este talvez seja o único momento que Deus se omite das decisões.

  Mas onde está o livre arbítrio, quando os fortes oprimem os fracos, crianças morrem de fome na Biafra? Elas tiveram a chance de escolher? Quando políticos roubam a merenda escolar e os remédios dos centros de saúde? Onde está o livre arbítrio quando povos inteiros são esquecidos pelos mais afortunados?

  A humanidade está caminhando para o caos, provocado por ela mesma sempre a espera do milagre divino e esquece de tomar o destino em suas mãos.

Sair do Planeta

  A Terra é a nossa nave e o nosso túmulo, mas ainda temos tempo de remediar se todos os esforços forem desenvolvidos para uma raça inteira com a participação de todos.

  A estrela mais próxima do nosso sol chama-se Próxima Centauri e fica a apenas 4,2 anos-luz da terra, onde foi descoberto um planeta denominado Próxima C, menor que Urano e Netuno, mas com grandes chances de ter atmosfera e água congelada.

  Como sabemos pela tecnologia atual, não conseguimos nos mover a velocidades superiores a 278.280 Km/h o que acarretaria uma viagem de 566.623 anos, ou seja, muitas gerações.

  Ainda temos que considerar que precisaríamos voltar para informar das descobertas, em caso de exploração.

  Nos filmes de ficção, discute-se o hiperespaço, buracos de minhoca e dobra espacial como forma de deslocamento mais rápido, ou seja a viagem acima poderia durar alguns meses ou dias.

  Mas o que estamos fazendo para desenvolver esta tecnologia, se gastamos nosso tempo com disputas inter-raciais e interpessoais?

  Será que mais uma vez a humanidade vai ser surpreendida com o anuncio de um meteoro que chegará mesmo que daqui a 50 anos para nos destruir?

  A civilização se auto destruiria muito antes do meteoro, pois já que vamos ser extintos juntos com a terra e não podemos fazer nada a respeito, a não ser esperar o momento fatal, porque respeitar regras, leis ou mesmo um Deus que não nos protegeu?

  Será que descobriremos que sempre estivemos sozinhos, nos últimos momento da nossa existência ou mais uma vez atribuiremos a Deus o julgamento do nosso castigo?

Contatos imediatos alienígenas

  E, se de repente formos visitados por alienígenas em naves poderosas com boas ou más intenções, com suas próprias crenças e Deuses? Eles poderiam ser confundidos com Deuses? Ou nossa descoberta de que não somos únicos no universo, abalaria nossa fé em nosso Deus?

  Afinal, porque não evoluímos ao nível dos visitantes se nosso Deus é tão poderoso? Ou Deus deu mais atenção aos visitantes e não nos iluminou da mesma forma que a eles?

  Ou ainda, o Deus deles é mais poderoso que o nosso?

Contatos imediatos mediúnicos

  Seguindo a mesma linha dos contatos imediatos, apenas trocando os visitantes e descobríssemos que a filosofia da alma e espírito é real e agora podemos interagir abertamente com eles sem a necessidade de médiuns?

  Poderíamos entender sua evolução e quem sabe aceitar o conceito da eternidade como algo sem inicio, meio e fim.

  Se descobríssemos que de alguma forma somos eternos, porque precisaríamos de um Deus, já que todos nós podemos ser imortais no conceito espiritual?

Precisamos Dele?

  Ainda há muito caminho a percorrer até chegarmos a alguma conclusão, mas com certeza continuaremos tentando.

  Enquanto não obtivermos esta resposta, qualquer que seja a crença que levem os homens a Deus, deverá cada vez mais incorporar o valor que o homem dá a si mesmo.

  Embora aceitemos o conceito de Deus, ele existe firmemente em nosso inconsciente implantado há gerações pelos nossos filtros sociais e permanecerá enquanto necessário como fator de inspiração para a busca da perfeição.

1 comentários em “Crenças – (7) – Precisamos de Deus?

  1. Muito bom. Ótimas considerações para se pensar. Na minha crença, somos sim imortais, porque esse corpo que “vestimos” não passa de uma roupa que usamos para que possamos habitar esse plano terrestre. Quando a “roupa” pára de funcionar, voltamos ao plano espiritual. Plano que não exige matéria. Só energia.

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