Crenças – (6) – Quem é Deus?
A Wikipédia, define Deus como um conceito de Ser Supremo presente em diversas religiões monoteístas, henoteístas ou politeístas, sendo geralmente definido como o espírito infinito e eterno, criador e preservador do Universo.
O conceito de Deus, conforme descrito pelos teólogos, geralmente inclui os atributos da onisciência (todo conhecimento), a onipotência (poder ilimitado), a onipresença (presente em todos os lugares), a simplicidade divina e a existência eterna e necessária.
Antes de tentar entender Quem é Deus, precisamos identificar os níveis de aceitação que nos leva a adotar e assumir nossas convicções.
Aqui nos defrontamos com o conceito de Crer, Acreditar e ter Fé, que embora em muitas situações tenham a mesma aplicação, não tem o mesmo significado.
Ao acreditar, nos damos credito a uma informação recebida e a aceitamos como verdadeira, mas sempre deixamos aberto a possibilidade de mudar nossa aceitação se a informação mudar.
Quando se acredita em algo o crédito se desenvolve na base de sentimentos de paixão, dispensando renúncias pessoais e obediência.
Quando se crê em algo, aceita-se a proposta de forma inquestionável, e com a fé assume-se o compromisso de entrega incondicional de grandezas e valores que estão acima da compreensão humana.
“ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” (Hebreus 11.1).
Com o surgimento do primeiro homem na terra nos primórdios da humanidade, considerando que não haviam linguagens formais que expressavam ideias e conceitos, apenas sobrevivência, identificavam a necessidade de perceber Deus?
Após séculos de evolução, organização comunitárias e desenvolvimento da linguagem mais complexa, encontramos pinturas rupestres pré-históricas, no Sul da França, de figuras semi-humanas, semianimais entre animais comuns, que foram consideradas xamãs que conduziram a suposição de que o xamanismo foi a religião humana original e primordial.
Teria sido o xamanismo uma forma de organizar comportamentos e atitudes, impondo a ordem ou uma forma de controle da comunidade? Estaria a humanidade começando sua busca pelos motivos da existência, tentando entender como, porque e para que existiam?
Para nossos ancestrais pré-históricos, o sol, a lua, as chuvas, os trovões deveriam parecer coisas sobrenaturais para os quais não tinham explicações e consequentemente passaram a ser representados como Deuses, no plural.
Ludwig Andreas Feuerbach, afirma que a criatura inventou o criador, portanto, é ela verdadeiramente o criador, a consciência de Deus é a consciência que o homem tem de si mesmo; o conhecimento de Deus é o conhecimento que o homem tem de si mesmo, neste ponto, coincide com o moderno gnosticismo que acredita que Deus é o reflexo do saber e a projeção exterior do desejo de perfeição do homem
Para Karl Marx, o medo criou a divindade. Deus nada mais é que o reflexo do próprio homem. Foi o homem quem criou a divindade e não o contrário.
Já Friedrich Engels, declara que Deus ou o “reino de Deus”, só existe na imaginação dos homens, pois nunca foram capazes de notá-lo no “reino dos homens”.
Segundo Platão, nós somos uma criação saída das mãos de Deus, que maneja os fios e dirige nossa vida, e só por meio da oração podemos nos unir a Deus de maneira virtuosa e infinita.
Platão defini que Demiurgo é o Deus artífice do mundo físico que está sempre em movimento onde Deus é a alma real. Este movimento é ordenado por dois motores o Corpóreo e a alma.
Para Sigmund Schlomo Freud, acreditar em Deus é um sentimento infantil que perdura por toda a idade adulta. Assim, Deus nada mais é do que a imagem idealizada do pai, no qual a criança procura proteção para superar o seu desamparo.
Como podermos ver, é uma eterna disputa por interpretações do conceito de Deus, cujas definições tendem para as diversas correntes religiosas, agregando suas filosofias originais das crenças e incorporando influências pela evolução do tempo.
Muitos Deuses desapareceram pelo caminho. Seria influência da evolução do conhecimento humano? A mitologia grega é uma prova disso.
Início, meio e fim
Como humanos, temos necessidade de medir o tempo e conduzir nossa existência em nascer, viver e morrer. Aceitar que tudo acaba quando morremos fere frontalmente a programação do DNA de todo ser vivo, que é a preservação da espécie.
Com exceção dos humanos, garanto que além da procriação para preservação da espécie, de preferência dos mais fortes, nenhum ser se preocupa com a vida além da morte, mas são seres vivos. Porque apenas os humanos têm direito à alma ou espírito?
Seria exagero diferenciar o homem dos outros animais pela sua racionalidade? Capacidade de sonhar com o futuro? Criatividade artística? Seria isso que chamamos de espírito ou alma? Caso positivo podemos chamar isso de conhecimento?
Tempo, é uma medição e registro da ocorrência de fatos. Como medir o tempo universal? Será que entendemos e aceitamos o conceito do infinito? Conseguiremos, na plenitude da nossa sanidade, entender que algo não tem fim nem começo?
Essa autodefesa inconsciente nos leva a formular teorias de continuidade de vida infinita? Platão já prenunciava esta necessidade em sua teoria sobre o universo, assim como todas as religiões que acreditam na reencarnação.
Atualmente, podemos usar como base argumentativa a filosofia espírita, como sucessora das teorias da reencarnação e ciclos da vida, transportando-nos para um universo paralelo de existência espiritual.
Assim, nosso corpo físico é apenas uma capa que utilizamos para evoluir em vários ciclos de reencarnação, dependendo do nosso livre arbítrio em atitudes que nos elevam ou nos atrasam no processo evolutivo. No fim dos ciclos não haverá retorno e nos tornaremos um espírito evoluído.
Sendo assim, o espírito é eterno, individual e personificado. Isso nos leva ao seguinte questionamento: após o último ciclo evolutivo qual seu destino? Se todo ser humano que nasce recebe um espírito reencarnado, como substituir aqueles que não retornam? Existe uma fonte inesgotável de novos espíritos?
Curiosamente, o Jainismo, assim como o Bramanismo e outras anteriores ao espiritismo, em muitos pontos coincide com as teorias dos ciclos da vida do espiritismo, contudo, a diferença mais notável é a ausência de Deus.
Os jainas descartam qualquer noção de um Ser Supremo ou um criador como fonte de toda a manifestação. Eles aceitam a diversidade do mundo conforme está, sem atribuí-la a uma causa singular e última.
Embora o Jainismo reconheça a matéria espiritual e refute todas as noções de um Ser (Deus) imaterial, diferencia-se do ateísmo por acreditar na natureza eterna e espiritual das almas individuais e sua libertação.
Curiosamente, o Cristianismo não aceita o princípio da reencarnação, pois todos são glorificados (paraíso) ou condenados (inferno), como consequência das suas atitudes durante sua existência.
Entretanto, se não aceita a existência do processo evolutivo do espírito, o que ascende é sua alma, uma dádiva divina concedida por Deus.
Acredito que a origem do conceito de Deus, esteja diretamente relacionada com as teorias da origem do Universo, pela visão criacionista ou evolucionista.
Ao seguirmos de forma socrática o fluxo da criação do universo conforme o entendimento da maioria das religiões monoteístas ou não, concluímos que Deus o criou, depois criou o homem e tudo que existe. Entretanto, fica a pergunta, como surgiu Deus?
Aqui, nos vemos novamente com o conceito de início, meio e fim, e as respostas são variadas, mas todas seguem o mesmo rumo. Ninguém, ele sempre existiu!
Se Deus sempre existiu, não seria apropriado acreditar que o universo também sempre existiu? E se ambos sempre existiram, haveria necessidade do universo ter sido criado? Sendo assim, não seria conclusivo supor que Deus não é necessário para a existência do universo, contrariando a teoria criacionista?
A mesma retórica poderia ser aplicada para a teoria do Big-Bang, onde o universo surgiu de uma grande explosão, fato baseado no afastamento circular do nosso universo conhecido, como originado em um mesmo ponto.
Considerando que o universo sempre existiu, portanto, infinito, o ponto até onde temos conhecimento, não seria mais um ponto? Estamos nos afastando para onde? Até quando? Em todo o universo o nosso é o único Big-Bang?
Recentemente, foram catalogadas mais de 23 Bilhões de estrelas só na via Láctea, todos com seus sistemas solares, planetas e luas, mas nossos equipamentos atuais não conseguem ir além, pelo menos, agora.
Precisamos entender um pouco sobre os conceitos de infinito e eterno, ou seja, o infinito não tem início nem fim do ponto de vista de extensão e a eternidade não tem início, nem fim do ponto de vista de duração.
O tempo, como uma medição de fatos, depende do observador, mas seria impensável admitir que porque não estamos vendo as ocorrências, elas não estejam acontecendo, uma explosão de uma estrela, um meteoro em um planeta, ou um buraco negro se formando.
Richards Dawkins, sugere a análise de 7 (sete) marcos como um espectro de probabilidade da crença em Deus:
1-Teísta convicto (100%)
Eu não acredito, eu sei.
2-Teísta de fato (80%).
Não tenho como saber com certeza, mas acredito fortemente em Deus e vivo na pressuposição que ele existe.
3-Teísta com tendências agnóstico (60%)
Tenho dúvidas, mas estou inclinado a acreditar em Deus.
4-Agnóstico imparcial (50%)
A existência e a inexistência tem a mesma probabilidade.
5-Agnóstico com tendencia ao Teísmo (40%)
Não sei se Deus existe, mas estou inclinado a não acreditar.
6-Ateu de fato (20%)
Não tenho como saber com certeza, mas acho muito improvável que Deus exista.
7-Ateu convicto (0%)
Sei que Deus não existe com a mesma convicção daqueles que acreditam nele.
Fazendo uma análise das diversas correntes filosófica e religiosas, temos Feuerbach, afirmando que a criatura inventou o criador, portanto, é ela verdadeiramente o criador, Karl Marx, argumenta que Deus é o reflexo do próprio homem, pois foi criado pelo homem, Engels, declara que Deus só existe na imaginação dos homem, Platão, diz que nós somos uma criação saída das mãos de Deus, e, Freud, afirma que acreditar em Deus é um sentimento infantil que perdura por toda a idade adulta, enquanto Jung afirma que Deus existe porque cremos nele.
Com base nestas e outras definições, seria prudente dizermos que Deus é uma necessidade humana para preencher lacunas de conhecimento sobre coisas que ainda não temos como responder? Um conceito acima dos axiomas e valores que justifiquem nossa ignorancia do universo? Ou seria uma limitação da nossa compreensão do conceito de infinito e da eternidade?
O moderno gnosticismo acredita que Deus é o reflexo do conhecimento e a projeção exterior do desejo de perfeição do homem e argumenta que quanto maior nosso conhecimento menor a necessidade de Deus, dessa forma, qualquer que seja a crença que levem os homens a Deus, ele sempre será necessário como fator de inspiração para a busca desta perfeição.
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